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Família acusa negligência médica em morte de criança em Nova Friburgo

A Prefeitura de Nova Friburgo está apurando uma grave denúncia de negligência médica relacionada à morte de uma criança de 4 anos no Hospital Municipal Raul Sertã. O pequeno Leonel Lengruber faleceu no último dia 8 de dezembro, após dias de luta da família para conseguir atendimento adequado.

Segundo a mãe, Lorrayne Silibri, o menino deu entrada no hospital no dia 3 de dezembro, apresentando sintomas de sudorese, desânimo e dificuldade para se alimentar. Inicialmente, ele foi atendido na UPA, onde foi encaminhado ao Hospital Raul Sertã. “Foi aí que começou o pesadelo”, relatou Lorrayne.

De acordo com a mãe, os profissionais do hospital não deram a devida atenção aos sintomas apresentados pela criança. “Não pediram exames. Disseram que meu filho estava com gripe, passaram medicação e pediram para fazer em casa”, contou Lorrayne. Apesar da orientação, a mãe percebeu que o estado de saúde do filho não melhorava e retornou ao hospital no dia seguinte.

Na nova visita, os médicos informaram que a criança precisava de internação devido a um quadro de pneumonia. Mesmo com a medicação com antibióticos administrada rigorosamente, a infecção não apresentou melhora. “Eles mediam saturação, temperatura, diziam que estava tudo normal e não faziam nada por ele”, afirmou a mãe, emocionada.

No dia 7 de dezembro, a situação se agravou. Lorrayne procurou a emergência durante a noite, mas foi informada de que a médica não poderia atender pacientes internados, a menos que a saturação estivesse alterada. “Eu implorei para ela atender meu filho. Ela disse que não podia”, desabafou.

No dia seguinte, um médico solicitou um exame de raio-X, que, segundo Lorrayne, foi esquecido pela equipe. Apenas um exame de sangue foi realizado e, apesar das taxas aparentemente normais, a mãe continuava preocupada. Mais tarde, uma enfermeira notou que o menino não estava bem e chamou a médica de plantão. Foi então que surgiu a suspeita de coqueluche, uma infecção respiratória grave.

A situação se agravou na noite de 8 de dezembro. “Quando deram um remédio nele, ele disse ‘ai’ e começou a vomitar. Parecia que estava engasgado e com falta de ar. Bati nas costinhas dele e corri para a enfermeira. Quando colocamos ele na cadeira, ele já estava virando os olhos, com a boca roxa”, contou Lorrayne.

O menino Leonel passou por um processo de reanimação que durou cerca de uma hora, mas infelizmente não resistiu. “Recebi a pior notícia da minha vida. A médica disse que ele não havia resistido, virou as costas e saiu. Fiquei com meu filho morto no corredor”, desabafou a mãe, lamentando a falta de amparo.

A Secretaria Municipal de Saúde emitiu uma nota afirmando que se solidariza com a dor da família e garantiu que, caso a apuração confirme erro, medidas serão tomadas, incluindo o afastamento dos profissionais envolvidos. O prefeito de Nova Friburgo, Johnny Maycon, também se manifestou pelas redes sociais, assegurando que o caso está sendo investigado e pedindo à população que denuncie situações semelhantes.

A família agora busca respostas e justiça para o caso de Leonel Lengruber, uma história marcada por dor, indignação e, principalmente, por pedidos de ajuda que não foram ouvidos.

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