Mulher relata ser perseguida pelo ex-marido há anos em Cantagalo
Um mulher de 36 anos, moradora do bairro Quinta dos Lontras em Cantagalo (RJ), vive uma realidade marcada pelo medo e pela insegurança. Desde a separação de seu ex-marido em 2018, ela enfrenta uma situação de perseguição e ameaças constantes, que a levaram a manter seu portão fechado 24 horas por dia. Mas, as ocorrências na polícia datam desde 2011, situações vivenciadas ainda no período de namoro.
Mãe de quatro filhos — três com seu ex-marido e um de um relacionamento anterior — a mulher relata que, mesmo após anos de agressões e ameaças, as dificuldades legais para afastar o agressor persistem. Até o momento, são mais de 20 ocorrências registradas e 3 processos contra o ex-marido, que incluem pensão, ameaças, agressão, invasão de propriedade e perseguição.
A Defensoria Pública já solicitou por três vezes o pedido de prisão do ex-marido, com uma ordem de prisão que aguarda a assinatura do juiz da Comarca de Cantagalo. Entretanto, a Justiça enfrenta dificuldades para localizá-lo, já que ele estaria descumprindo as ordens e não comparecendo às audiências. Vale ressaltar que ele cumpre prisão em liberdade por crimes relacionados à posse ilegal de arma de fogo e violência doméstica.
Recentemente, em uma nova manifestação de violência, o ex-marido contatou a mulher durante a madrugada de 21 de outubro. Ao ser atendido pelo atual marido dela, o homem fez ameaças e proferiu diversos xingamentos. As perseguições, que começaram durante o namoro, tornaram-se insuportáveis após o casamento. “Tinha medo das ameaças, um medo muito grande dele me matar. Ele dizia que, se não ficasse com ele, eu não ficaria com ninguém”, desabafa.
A vítima relata ainda que, além das ameaças verbais, o ex-marido já a agrediu fisicamente e chegou a aparecer armado na porta de sua casa em Cantagalo. A Polícia Civil aguarda um flagrante delito ou uma ordem judicial para efetuar a prisão do homem. Atualmente, ele só pode ver os filhos na casa do ex-sogro, uma medida que busca garantir a segurança da família.
Em uma audiência que aconteceu em agosto deste ano, a vítima esperava discutir medidas protetivas e a cobrança da pensão, mas ainda não houve uma audiência relacionada à Lei Maria da Penha, embora ela seja assistida pela Patrulha Maria da Penha de Nova Friburgo. A luta dela por proteção e justiça é um reflexo da realidade de muitas mulheres que enfrentam a violência doméstica no Brasil.
A mulher de 36 anos continua vivendo em constante apreensão e afirma que não sai de casa sozinha e não trabalha, em função do medo e da necessidade de se proteger. Sua história é um alerta sobre a urgência de medidas eficazes para a proteção de vítimas de violência e a necessidade de um sistema judiciário que responda rapidamente às situações de risco.
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Outro caso noticiado na cidade
Um caso semelhante foi noticiado em julho de 2023 na cidade, onde outra mulher também sofria perseguições do ex-namorado. Na ocasião, imagens de um circuito de segurança mostraram uma perseguição no Centro. Na ocasião, a mulher relatou agressões e ameaças, incluindo um episódio em que seu ex-namorado quebrou o para-brisas de seu carro.
Mulher sofre com agressões e ameaças do ex-namorado em Cantagalo