Drex, o real digital, pode expandir controle estatal sobre o uso do dinheiro
O Banco Central do Brasil está desenvolvendo uma nova moeda digital chamada Drex (abreviação de “Digital Real X”). Esta inovação, que já está na segunda fase de testes, promete transformar a forma como realizamos transações financeiras no país.
Como funciona o Drex?
O Drex será uma versão digital do papel-moeda, utilizando a tecnologia blockchain, similar à das criptomoedas. Classificada como uma Moeda Digital de Banco Central (CBDC), cada unidade de Drex terá paridade com o real, ou seja, 1 Drex equivalerá a 1 real. O valor da moeda será garantido pela autoridade monetária, ao contrário de moedas digitais descentralizadas como Bitcoin e Ethereum, que dependem de mineração.
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Acesso à plataforma Drex
Para utilizar o Drex, os cidadãos precisarão de um intermediário financeiro autorizado, como um banco. Esse intermediário converterá o dinheiro depositado em conta na carteira digital do Drex, permitindo transações com ativos digitais.
Aplicações do Drex
O Drex permitirá uma ampla gama de serviços financeiros, incluindo:
- Transferências de dinheiro
- Pagamentos
- Compra de títulos públicos
Além disso, consórcios habilitados pelo Banco Central poderão desenvolver funcionalidades adicionais, como o pagamento instantâneo de parcelas de imóveis e veículos.
Diferenças entre Drex e PIX
Embora ambos sejam soluções de pagamento, o Drex e o PIX possuem funções distintas. O PIX é uma ferramenta para transações rápidas e baratas, enquanto o Drex permite transações mais complexas, com o potencial de trazer novas ofertas de serviços financeiros a custos reduzidos.
Controle governamental e segurança
Uma das questões levantadas sobre o Drex é a capacidade do governo de monitorar e restringir transações. Por exemplo, em casos de atividades ilícitas, o sistema pode ser configurado para bloquear contas suspeitas. Além disso, a tecnologia pode ser utilizada para evitar a venda de bebidas alcoólicas a menores de idade.
O Drex pode se tornar uma ferramenta de controle governamental que limita a liberdade financeira dos cidadãos, segundo Eric Altafim, do Itaú Unibanco, em um seminário recente. Um vídeo com suas declarações no painel “Um panorama sobre o Real e o futuro digital” gerou reações na comunidade de criptomoedas e circula nas redes sociais, fazendo parte da série documental “O Brasil depois do Real”.
O futuro sem dinheiro em papel
A transição para uma economia sem dinheiro físico é uma possibilidade crescente. No entanto, isso gera preocupações, especialmente em países com histórico de conflitos, onde a segurança oferecida pelo dinheiro em papel é valorizada. A criação do Drex pode facilitar a tributação automática, mas também levanta questões sobre controle e privacidade.