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Sumidouro: a história e seus encantos naturais

“Entre montes agrestes despertas.
Terra linda, ostentando primores.
Tens por manto a esmeralda dos campos,
Por dossel de altos céus os fulgores.”
(Estrofe do Hino de Sumidouro)

Sumidouro é um município situado na região serrana fluminense, um dos territórios dominado, no século 18, por Manuel Henriques, o Mão de Luva, de sua comunidade El-Rey, reconhecida, a partir de 1787 como Novas Minas do Canta Gallo. Sumidouro faz divisa com os municípios de Carmo, Duas Barras, Nova Friburgo, São José do Vale do Rio Preto, Sapucaia e Teresópolis. Antes, pertencia à freguesia do Santíssimo Sacramento de Cantagalo. O rio Paquequer foi um dos fornecedores do ouro de aluvião, garimpado por Mão de Luva e seus parceiros de garimpo, com o uso de escravos e libertos.

A origem do nome Sumidouro vem de um acidente geográfico com o rio Paquequer. Ele desaparecia sob Lajes de Pedra por uma extensão de 300 metros. Às margens desse rio foi construída uma capela, como registra o “Diccionario geographico, historico e descriptivo do Imperio do Brazil”, publicado em 1845, pelo militar francês Milliet de Saint-Adolphe. Uma das primeiras obras a ultrapassar o recorte provincial e oferecer uma descrição geral e circunstanciada de todo o Império brasileiro.

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A capela de Nossa Senhora da Conceição do Paquequer foi construída, em 1822, em terras doadas pelo capitão Manoel Silvestre da Silveira e por José dos Santos. O Padre Paulo Manoel Dias de Colaço Freitas foi o primeiro pároco. A capela atraiu imigrantes suíços da Colônia Nova Friburgo que ali se estabeleceram com suas famílias, ao lado de imigrantes italianos, além dos descendentes dos portugueses.

A região foi transferida para a freguesia de Nossa Senhora de Aparecida e, em 31 de maio de 1843, a localidade foi ela própria elevada à categoria de freguesia, com o nome de Nossa Senhora da Conceição do Paquequer, inserida no município de Nova Friburgo. Em 13 de outubro de 1881, pelo decreto provincial nº 2.577, com a elevação à condição de vila da freguesia de Nossa Senhora do Monte do Carmo, a freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Paquequer foi transferida de Nova Friburgo para o Carmo.

Elevada à categoria de vila com a denominação de Sumidouro, pelo Decreto estadual nº 90, de 10 de junho de 1890, desmembrado de Carmo, foi instalada em 20 de julho 1890.  O distrito-sede ficou na povoação de Nossa Senhora da Conceição do Paquequer. Pelo Decreto estadual nº 1, de 8 de maio de 1892, a vila é extinta, sendo seu território anexado aos municípios de Carmo, Duas Barras e Sapucaia. Pela Lei estadual nº 23, de 5 de novembro de 1892, foi elevado novamente à categoria de vila com a denominação de Sumidouro, com território desmembrado dos municípios de Carmo, Duas Barras e Sapucaia.

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O turismo é parte importante da economia de Sumidouro. Os principais pontos turísticos atraem visitantes de todos os estados. Destacam-se: Pedra Duas Irmãs − uma formação rochosa com trinta metros de altura, que forma uma espécie de portal na entrada de Sumidouro; Cascata Conde d’Eu −  uma cachoeira com queda livre de 160 metros de altura; e as fazendas Boa Vista e Santa Cruz. Fazendas históricas, cujas sedes foram construídas em 1840. Mais tarde transformadas em hotéis-fazendas, que atraem muitos turistas

“Eram anos de prosperidade e fartura
Foram dias de galas e festivais”

A fazenda Boa Vista, desde 1882, vem produzindo uma cachaça da qual os apreciadores do destilado gostam muito. Inicialmente consumida na localidade. A partir de 1998, a família Peixoto (Therezinha e Antônio) assumiu o controle da fazenda e da fabricação da cachaça Sinhá Brasil. Com recursos próprios, foram 16 anos de muita dedicação na recuperação e manutenção de um Patrimônio Histórico do século 19, abandonado e praticamente em ruínas.

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O ramal ferroviário de Sumidouro foi construído após a compra da Estrada de Ferro de Sumidouro pela Leopoldina, 1885. Essa obra teve início após a abertura ao tráfego entre Melo Barreto e a fazenda Bella Joana. A segunda estação com o nome de Sumidouro foi inaugurada em 1886. A primeira funcionou de 1885 a 1886. Ficava na fazenda Bella Joana. O ramal chegou a Conselheiro Paulino, em 1889. Essa ferrovia foi de elevada importância para Sumidouro, para escoar a produção de café.

“A nobre Bella Joana é de se exaltar
Que, sem favor algum, é realmente bela.”

O poema Casarão de Fazenda, cujos versos citamos no texto, é de autoria de HENRIQUE BARANDIER, escrito na década de 70, e recorda os tempos passados de Sumidouro, tempos de opulência, em que os grandes fazendeiros ostentavam poder e riqueza em suas imensas fazendas sustentadas pelo trabalho escravo.

“É grande a safra, imensa a fartura,
Nos casarões as festas esplendorosas
E nas senzalas desprezadas criaturas.”

A economia de Sumidouro, neste século, gira em torno de hortigranjeiros. Os visitantes têm a oportunidade de participar de atividades em duas fazendas-hotéis, como a produção de queijos e outros derivados do leite. A produção de leite é destaque na economia local. A proximidade com Nova Friburgo facilita o escoamento dos produtos de Sumidouro.

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Sumidouro é constituído dos distritos de Sumidouro (sede), Campinas, Dona Mariana e Soledade. Possui uma área de 413.407km2, 15.206 pessoas residentes, com uma densidade demográfica de 36.78hab/km2. O município é comandado pelo prefeito Eliesio Peres da Silva; o vice-prefeito é Wanderlei de Lima Silva. A Câmara municipal é dirigida pelo vereador José Amarildo Pimental. São nove vereadores, incluindo o presidente: Cláudio Moisés Moreira, Breno Brugger Mattos, Geovani Damião Castilho, André Ricardo Ribeiro, Geilson Jasmim Lampa, Haroldo Guraty Gonçalves, José Carlos da Rocha e Valtair Faustino da Cunha.

“Nas comunas da Província, dispersadas,
Encontramos sem rancor, ódio ou desdouro
Casas Grandes”, reminiscências já passadas
Na antiga e modesta Sumidouro.”

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