Vídeo de bullying contra menina autista gera revolta em Natividade
Um vídeo mostra um grupo de adolescentes no pátio do Colégio Estadual Flávio Ribeiro de Rezende, em Natividade, no Noroeste Fluminense, praticando bullying contra uma colega de 11 anos. A vítima que se chama Vitória é autista. Após as imagens viralizar, outros alunos se mobilizaram em manifestação contra por justiça e contra o bullying. O colégio não se pronunciou.
Nas imagens, uma das meninas atormenta a vítima, que está sentada, tentando puxar seus cabelos, enquanto outras adolescentes riem ou filmam a situação. A vítima, que se chama Vitória e têm Transtorno do Espectro Autista (TEA), demonstra extremo incômodo com o bullying, reage às tentativas de agressão e chora.
A Secretaria de Estado de Educação (Seeduc) emitiu nota no final da tarde de sexta-feira (31/03), repudiando de forma veemente casos de bullying. Segundo a pasta, os envolvidos já foram ouvidos pela direção da escola, assim como seus pais. Além disso, o Conselho Tutelar também integra o grupo de apoio montado, e medidas protetivas já foram adotadas.
A Seeduc lembra que na quinta-feira (30), o governador Cláudio Castro lançou o Comitê Permanente de Segurança Escolar, com ações para identificar e prevenir violência escolar. A secretária Roberta Barreto endossou que não é aceitável que isso continue a ocorrer nas unidades escolares.
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Bullying
O bullying não é brincadeira, é um problema grave e pode afetar a vida de crianças e adolescentes de maneira profunda e duradoura. Quando direcionado a uma pessoa autista, os efeitos do bullying podem ser ainda mais graves. Por essa razão, é importante saber que o bullying a autistas é considerado crime no Brasil.
Segundo a Lei nº 13.146/2015, que institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência), é considerado crime praticar qualquer ato de violência física ou psicológica contra uma pessoa com deficiência, incluindo o bullying a autistas. A lei prevê que as penas podem variar de 2 a 5 anos de reclusão, dependendo da gravidade do caso.
Além disso, o bullying a autistas também é considerado uma forma de discriminação e violação dos direitos humanos. É fundamental, portanto, que haja conscientização e combate a esse tipo de comportamento, não só no ambiente escolar, mas em todos os contextos da sociedade.
Cabe aos pais, educadores e sociedade como um todo, trabalhar para que os direitos das pessoas com autismo sejam respeitados e para que o bullying seja combatido em todas as suas formas. As escolas, por sua vez, têm o papel de promover a inclusão e de oferecer suporte e apoio às crianças e adolescentes autistas, garantindo-lhes um ambiente escolar seguro e acolhedor.