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Petrobras anuncia aumento do diesel em 14,2% e da gasolina em 5,2%

A Petrobras anunciou nesta sexta-feira (17/6) aumentos nos preços da gasolina e do diesel para as distribuidoras. Os novos valores passam a valer a partir de sábado (18). O litro da gasolina passou de R$ 3,86 para R$ 4,06 — aumento de 5,18%. Já para o diesel, a elevação foi de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro — alta de 14,26%. O valor do GLP foi mantido.

Vale lembrar que o valor cobrado para os consumidores, ou seja, o preço das bombas, depende dos impostos e das margens de lucro das distribuidoras. Em nota à imprensa, a Petrobras disse ser “sensível” ao momento pelo qual o Brasil e o mundo passam. “Quando há uma mudança estrutural no patamar de preços globais, é necessário que a Petrobras busque a convergência com os preços de mercado”, justifica a estatal.

O diesel ficou 39 dias sem reajuste e a gasolina, 99 dias. O aumento acontece dias após o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmar que a Petrobras estaria “dando dica” de que planeja aumentar os preços. “Não interessa quanto seja o aumento, já está absurdo o preço dos combustíveis”, disse o presidente, que chamou o lucro da empresa de “extorsivo”.

Horas antes do anúncio do reajuste, Bolsonaro escreveu nas redes sociais que o governo federal “como acionista é contra qualquer reajuste nos combustíveis”. “A Petrobras pode mergulhar o Brasil num caos. Seus presidente, diretores e conselheiros bem sabem do que aconteceu com a greve dos caminhoneiros em 2018, e as consequências nefastas para a economia do Brasil e a vida do nosso povo”, escreveu o chefe do Executivo.

A pressão contra aumento nos preços dos combustíveis também foi feita pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Ontem, em suas redes sociais, ele afirmou que a Petrobras “parece ter anunciado o bombardeio de um novo aumento nos combustíveis”.

“A República Federativa da Petrobras, um país independente e em declarado estado de guerra em relação ao Brasil e ao povo brasileiro, parece ter anunciado o bombardeio de um novo aumento nos combustíveis”, escreveu Lira, que anunciou que fará uma reunião de líderes na próxima segunda-feira (20) para tratar do assunto.

A alta dos combustíveis é considerada um risco para os planos de reeleição de Bolsonaro pelos impactos na popularidade do governo em ano eleitoral. No início dessa semana, a cúpula do governo e a diretoria da estatal se reuniram para tentar impedir um novo aumento de combustíveis. A ideia seria aumentar a gasolina em 9% e o diesel em 11%, amenizando assim a defasagem de preços com o mercado internacional.

“A Petrobras reitera seu compromisso com a prática de preços competitivos e em equilíbrio com o mercado, ao mesmo tempo em que evita o repasse imediato para os preços internos da volatilidade das cotações internacionais e da taxa de câmbio, ou seja, evita o repasse das variações temporárias que podem ser revertidas no curto prazo.” – Petrobras, em nota à imprensa

Teto do ICMS

Na esteira do assunto, o Congresso Nacional aprovou essa semana um projeto de lei complementar que visa baratear o preço dos combustíveis. O projeto limita a 17% a cobrança de ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre gasolina, diesel etc.

O texto já foi aprovado pela Câmara e Senado e aguarda sanção de Bolsonaro, que defende o projeto. Especialistas de fora do governo, no entanto, alertam que o teto do ICMS pode não impedir a escalada de preços. Isso porque, na outra ponta, os aumentos do custo do petróleo no mercado internacional e do dólar ante o real podem manter os combustíveis em alta.

Além da falta dessas certezas, o projeto traz risco à verba de escolas públicas. O ICMS é fundamental no repasse à educação no Brasil.

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