Condenado no caso Eliza Samudio, goleiro Bruno acerta com clube de São Fidélis
Campeão brasileiro pelo Flamengo em 2009 e fora das principais competições profissionais desde 2010 devido ao caso Eliza Samudio, em que foi condenado à prisão, o goleiro Bruno Souza defendeu o União São Vicente, de São Fidélis, no Norte Fluminense, no domingo (22/05). Ele acertou com o clube fidelense para disputar as quartas de final da Copa Noroeste. A partida contra o Brasileiro F.C., de Bom Jesus do Itabapoana, aconteceu no estádio Sebastião de Almeida e Silva (antigo Amaral Peixoto), em São Fidélis.
A presença do goleiro Bruno, ex-Flamengo, gerou repúdio por parte da população nas redes sociais. O goleiro Bruno participou do jogo em São Fidélis a convite dos próprios organizadores do time, o que gerou revolta em diversas pessoas, tendo em vista o histórico de Bruno que tem passagens pela polícia e condenação por envolvimento na morte da mãe de seu filho, Eliza Samudio.
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Com passagens na base por Tombense e Atlético Mineiro, Bruno despontou profissionalmente no Galo, de 2004 a 2006. Teve uma rápida passagem pelo Corinthians, seguindo, ainda em 2006, para o Flamengo, onde foi campeão brasileiro e tricampeão estadual, sendo considerado um dos melhores goleiros do país. Depois de 2010, só voltou a jogar em 2017, após conseguir um habeas corpus, defendendo o Boa Esporte. Porém, disputou apenas cinco partidas, voltando à prisão após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Em 2019, já no regime semiaberto, o goleiro disputou um amistoso pelo Poços de Caldas, assinando no ano seguinte com o Rio Branco-AC. Já em 2021, teve passagem pelo Atlético Carioca-ES, antes de anunciar a aposentadoria. Desde então, se dedica à carreira de investidor e, ocasionalmente, atua por equipes amadoras.
Bruno foi preso preventivamente em agosto de 2010, após um inquérito policial apontá-lo como principal suspeito de ter matado a ex-namorada Eliza Samudio, com quem teve um filho. Ela desapareceu em 2010, aos 25 anos, e foi considerada morta pela Justiça. Seu corpo nunca foi encontrado.
Em 2013, o Tribunal do Júri da Comarca de Contagem (MG) condenou o goleiro a 22 anos e 3 meses de prisão pelos crimes de homicídio triplamente qualificado (por motivo torpe, com emprego de asfixia e com recurso que dificultou a defesa da vítima), sequestro e ocultação de cadáver.
O comparsa de Bruno, seu amigo Luiz Henrique Romão, conhecido como Macarrão, também foi condenado. À época, o caso gerou grande comoção social e o júri negou a Bruno e Macarrão o direito de recorrer em liberdade.
Ainda sobre o jogo em São Fidélis, as manifestações de repúdio da presença do goleiro na ‘cidade poema’, foi considerada uma ofensa e desrespeito às mulheres, visto ser um ‘sujeito’ que praticou crime hediondo de feminicídio. Segundo os manifestantes, o goleiro Bruno foi recebido com fogos de artifícios, roda de pagode e até programação de um baile funk, (que foi cancelado).
A redação apurou entorno da deliberação do local da partida, que pertence a Prefeitura de São Fidélis, através da Secretaria Municipal de Esportes, que autorizou o jogo com a participação do goleiro Bruno, mas não teve nenhum envolvimento direto no evento.
A principal manifestação de repúdio tem haver com o alto índice de violência contra a mulher. “Considera-se que receber um cidadão que possui um histórico tal qual possui na esfera criminal seja um péssimo exemplo e ofensas a todas as mulheres fidelenses, o que significa dizer – fazer apologia e destacar uma figura considerada indesejável e de péssimo exemplo para o seio social” – disse Nelzimar Lacerda.