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Onda solar atinge a Terra e pode causar interferências na internet e canais de TV

O Sol está agitado e isso pode trazer sérios problemas aos serviços de internet e sinal de TV ao redor do mundo, principalmente na América do Norte, onde os cabos que transmitem os sinais digitais estão mais expostos às ejeções de massa coronal. A possibilidade é que essa tempestade solar provoque sua maior incidência energética entre 06 a 21 de setembro, potencialmente atingindo quase todas as regiões do planeta.

Como o astro está a aproximadamente 150 milhões de km da Terra, a onda de energia chegou ao planeta na segunda-feira (06 de setembro), podendo causar uma tempestade geomagnética de classe G1. Eventos como o descrito já foram registrados, e não há tanto tempo assim. Em 1989, uma tempestade solar foi responsável pelo corte de eletricidade a mais de seis milhões de pessoas por nove horas no Québec, Canadá.

O provedor BrasilNET Telecom – que abrange diversas cidades nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná – informou nesta sexta-feira (10) em seu perfil no Instagram que os serviços de TV podem ser prejudicados pela interferência solar.

“Alguns de nossos canais poderão ser atingidos pela interferência solar, provocando ruídos ou perdas momentâneas da qualidade nas nossas imagens. Este fenômeno acontece quando o Sol fica numa posição onde fica alinhado com os satélites. A antena que busca o sinal do satélite recebe também os raios solares, o que interfere na recepção do sinal. Ele é transitório e dura poucos dias” – informou a empresa BrasilNET Telecom.

Defesa Natural

A Terra tem defesas naturais contra as explosões solares. Quando as rajadas de radiação vêm em direção ao planeta, a magnetosfera envia partículas carregadas aos pólos, o que cria uma espécie de pára-raios. O resultado da absorção são as famigeradas auroras boreais. Todavia, o que aconteceu nesta semana é um pouco mais grave.

Diferente das explosões solares, as ejeções de massa coronal, causadas por raras tempestades magnéticas, criam enormes nuvens de plasma que podem danificar severamente as redes de energia. O sistema de abastecimento elétrico foi projetado para amenizar os efeitos do magnetismo, mas o de internet não.

“A comunidade ignorou amplamente esse risco durante o planejamento das redes e sistemas geo distribuídos, como DNS e centros de dados”, diz o relatório divulgado na SIGCOMM 2021.

O maior problema, afirmam os pesquisadores, são os cabos submarinos, que funcionam como a espinha dorsal da Internet. No caso de uma tempestade geomagnética, as partículas de energia seriam canalizadas nas latitudes mais altas, e é justamente lá que se encontra 99% dos filamentos da rede mundial de computadores. Na Europa, os condutores são mais curtos, o que atenua o problema. No entanto, na América do Norte, a extensão dos cabeamentos é uma chance considerável ao azar.

Os últimos eventos solares desta magnitude ocorreram em 1859 e 1921, e danificaram drasticamente a rede telegráfica. O sistema de internet, por outro lado, nunca foi testado. Se ele não aguentar, todo o norte da América, Europa e Ásia pode ficar ilhado perante os países localizados no centro da Terra, isso se os satélites não afetarem a todos.

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