Estado abandona Casa de Euclides da Cunha há 10 anos em Cantagalo
A Casa de Euclides da Cunha, criada em 1965 pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, continua abandonada e fechada há quase 10 anos em Cantagalo, na Região Serrana do Rio. O espaço representa o único centro cultural do município, que atualmente, está sob administração direta da FUNARJ (Fundação Anita Mantuano de Artes do Estado do Rio de Janeiro).
Há quase 10 anos, a Casa de Euclides da Cunha segue fechada no município e deixa de compartilhar com moradores, visitantes e turistas, as histórias, memórias e um vasto acervo sobre a vida do ilustre escritor cantagalense, considerado uma das personalidades mais importantes da literatura brasileira.
No início deste ano, o então coordenador de museus da FUNARJ, Douglas Fasolato, havia informado que o local estava em processo de reabertura. “O espaço está em processo de reorganização administrativa e conceitual para que possa cumprir seu papel de destaque na região de Cantagalo” – disse na ocasião.
O centro cultural com acervo de Euclides da Cunha estava recebendo estímulos e cuidados da Prefeitura de Cantagalo, que não renovou o Termo de Cooperação com a FUNARJ. O Governo do Estado é o responsável direto pelos cuidados da repartição, que guarda importantes documentos e objetos pessoais, artefatos de guerra e um dos primeiros exemplares de “Os Sertões”, do escritor.
Após construir sua trajetória e deixar um marco na história do país, na atualidade não está sendo possível conhecer de perto como foi o legado de Euclides da Cunha, pelo menos, não em Cantagalo. A redação aguarda o retorno da FUNARJ sobre a situação de abandono do espaço.
No dia 20 de janeiro de 2021, Euclides da Cunha completou 155 anos de história. O seu aniversário foi destaque na imprensa da região, e foi lembrado com carinho por muitos cantagalenses.
São José do Rio Pardo
Por outro lado, ou melhor, em outro Estado, os simpatizantes da obra de Euclides da Cunha mantém viva a cultura local e a história do escritor cantagalense, na cidade de São José do Rio Pardo, interior de São Paulo. Por lá, a Casa de Cultura Euclides da Cunha sempre realiza eventos em alusão ao autor, além de difundir movimentos e promover a cultura.
Um dos cenários do livro Os Sertões, obra-prima de Euclides da Cunha, São José do Rio Pardo orgulha-se de preservar a história da passagem do escritor – então recém-chegado de Canudos – por lá. Todo ano, estudiosos se reúnem para discutir a obra euclidiana nos atuais contextos literário e social.