Caminhoneiros ocupam rodovias em Campos, Petrópolis, Pádua e outras cidades
Caminhoneiros realizam bloqueios em rodovias do interior do estado do Rio de Janeiro. Há pontos de concentração de manifestantes na BR-101 em Campos dos Goytacazes, na RJ-186 em Santo Antônio de Pádua, no KM 98 da BR-040 em Petrópolis e na Rodovia Niterói-Manilha (BR-101), na altura de Itaboraí.
Caminhoneiros pararam diversos caminhões e fecharam as rodovias entre o fim da tarde e início da noite desta quarta-feira (8). Os manifestantes convidam outros caminhoneiros, taxistas e simpatizantes que passam pelos locais para aderirem a paralisação.
Em Petrópolis, na Região Serrana do Rio, a Polícia Rodoviária Federal informou que a pista sentido Juiz de Fora opera normalmente. Na noite desta quarta (8), manifestantes chegaram atear fogo em objetos na BR-040. Equipes da Concer foram mobilizadas para apagar as chamas e a manifestação foi acompanhada pela PRF.
Em Santo Antônio de Pádua, no Noroeste Fluminense, a Polícia Militar do 36°BPM está no local e informou que a manifestação segue tranquila sem alterações. A RJ-186 está sinalizada com cones, o trânsito é livre para os demais veículos, somente os caminhoneiros que estão sendo convidados para aderirem a paralisação.
Em Campos, no Norte Fluminense, uma manifestação estava impedindo a passagem de caminhões desde às 17h40 na BR-101. O bloqueio fica no km 75 da rodovia. De acordo com a Polícia Rodoviária Federal, veículos leves, ônibus e motos seguem viagem sem serem parados pelos manifestantes.
Na Rodovia Niterói-Manilha (BR-101), na altura de Itaboraí, os protestantes estão concentrados em frente a Unidade de Pronto Atendimento (UPA), de Manilha. Nas redes sociais, circulam vídeos de caminhoneiros que aderiram à paralisação nas rodovias federais.
Protesto
Caminhoneiros realizam desde o fim da tarde da quarta-feira, 8, paralisações em estradas de ao menos 15 Estados. São eles: Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Minas Gerais, Tocantins, Rio de Janeiro, Rondônia. Maranhão, Roraima, São Paulo e Pará.
Os bloqueios começaram durante as manifestações do 7 de Setembro convocadas pelo presidente Jair Bolsonaro. De acordo com os caminhoneiros, o movimento se dá de forma pacífica e tem o intuito de cobrar do governo a redução do ICMS, imposto que incide sobre os preços dos combustíveis, além de ir contra o Supremo Tribunal Federal.
Bolsonaro
Em um áudio gravado no final da noite desta quarta-feira (8), o presidente Jair Bolsonaro amenizou o discurso e fez um apelo aos caminhoneiros para que não parem o país.
“Fala para os caminhoneiros aí que são nossos aliados, mas esses bloqueios atrapalham a nossa economia e isso provoca desabastecimento, inflação, prejudica todo mundo e, em especial aí, os mais pobres. Então, dá um toque aí nos caras, se for possível, e vamos liberar, tá ok? Para a gente seguir com a normalidade. Deixa com a gente em Brasília agora. Não é fácil negociar, conversar, por aqui com outras autoridades, mas a gente vai fazer a nossa parte e buscar uma solução, tá ok? E em meu nome dar um abraço a todos os caminhoneiros aí”, disse Bolsonaro em áudio.
Após a divulgação do áudio com o apelo de Bolsonaro aos caminhoneiros, o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, divulgou um vídeo, às 22h30, atestando a veracidade do áudio. Ele disse que há questionamentos entre caminhoneiros se o áudio é real e se é uma gravação atual.
“Esse áudio é real, é de hoje e mostra a preocupação do presidente com a paralisação dos caminhoneiros. Essa paralisação iria agravar efeitos na economia, de inflação, que iria impactar os mais pobres, os mais vulneráveis. Nós já temos um efeito hoje nos preços dos produtos em função da pandemia. A inflação hoje tem um componente internacional e uma paralisação vai trazer desabastecimento, vai acabar impactando os mais pobres e mais vulneráveis e prejudicando a população. A gente sabe que há uma preocupação de todos com a melhoria da situação do país, com a resolução de problemas graves. Mas a gente não pode tentar resolver um problema criando outro e prejudicando os mais vulneráveis. Daí a preocupação do presidente da República”, afirmou. O ministro conclui pedindo que os caminhoneiros confiem no diálogo.