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Obras no Rio Bengalas põem em risco memórias da antiga Estrada de Ferro Cantagalo

Os participantes do Clube do Trem estão preocupados com o andamento das obras realizadas pela concessionária Águas de Nova Friburgo no Rio Bengalas. O temor é de que a base estrutural da extinta ponte de ferro no qual passava o trem venha a ruir em razão das obras ali realizadas. Com isto, um lugar de memória da velha Maria Fumaça pode desaparecer completamente.

Um dos componentes do Clube do Trem, o engenheiro e professor aposentado da UERJ, Gilberto Luiz Rabelo foi ao local em dois dias diversos deste mês para avaliar a situação. Após analisar os pilares da antiga ponte ferroviária, situadas entre as Av. Hanz Geiser e Castelo Branco (na altura do 11° BPM e a fábrica Haga), fez diversas observações entregando o relatório aos associados do clube.

Obras no Rio Bengalas põe em risco memórias do trem da antiga Estrada de Ferro Cantagalo

Consta em seu relatório que houve remoção do solo bem rente aos blocos de pedras, estrutura da antiga ponte, quase contornando a base da cabeceira. Segundo Rabelo, durante as chuvas ocorrerá uma erosão severa pela ação da correnteza face à exposição do solo sob os blocos de pedras. Para o engenheiro a erosão trará a inevitável ruína das cabeceiras e o comprometimento de boa parte do conjunto das bases.

A solução indicada para corrigir esta fragilidade é fazer uma contenção em concreto armado no entorno da base da cabeceira que se encontra exposta. Rabelo destaca que o reparo deve ser realizado antes do mês de setembro.

“Constatei que a situação é muito mais crítica do que imaginávamos, pois além de alguns blocos da base da cabeceira situada do lado da Av. Hanz Geiser já terem sido deslocados, muitos outros blocos de grandes dimensões e o solo aplicados na própria contenção da margem do Rio Bengalas junto à Av. Hanz Geiser foram removidos”, disse.

Após este relatório, os integrantes do Clube do Trem que cuidam da memória da linha férrea da outrora Estrada de Ferro Cantagalo ficaram extremamente preocupados. A presidente do clube Deborah Cunha declarou que vai solicitar uma reunião com o presidente da Fundação D. João VI, Luiz Fernando Folly, responsável pelo patrimônio histórico e que tem acompanhado a obra da concessionária Águas de Nova Friburgo.

A redação aguarda o retorno da concessionária Águas de Nova Friburgo, sobre as medidas adotas para a conservação do patrimônio histórico da cidade.

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