Garis encontram sacola com R$ 1,6 mil e devolvem a comerciante em Itaperuna
Um comerciante de Itaperuna, no Norte Fluminense, passou por momentos de tensão no último dia 29 de maio. Seu Alair Pontes, dono de uma distribuidora de água e gás de cozinha, recebeu R$ 1.600 após uma entrega, e colocou o dinheiro em uma sacola plástica, que pendurou no portão da casa de sua mãe enquanto lavava o carro.
Minutos depois, ele entrou em casa e se esqueceu da sacola, no mesmo momento em que um caminhão de coleta de lixo passou pelo local. Como na região é comum deixar sacolas de lixo penduradas no muro, os garis pegaram a bolsa plástica e seguiram o trajeto.
Mas pouco depois, o gari Edson Rosa percebeu que havia dinheiro dentro da bolsa e a guardou embaixo do banco na cabine do caminhão, onde os garis colocam itens perdidos que encontram durante a coleta.
Enquanto o veículo seguia no trajeto até o aterro sanitário, o seu Alair percebeu que tinha perdido o dinheiro e tentou ir atrás do caminhão. Ele e um funcionário da distribuidora foram, em duas motos, por trajetos diferentes, e o funcionário conseguiu encontrar o caminhão. Ele explicou a situação e conseguiu recuperar o dinheiro, para alívio do seu Alair.
“Graças a Deus eu consegui recuperar! Já estava pensando em pedir dinheiro emprestado para conseguir honrar meus compromissos, porque esse dinheiro era para pagamento de funcionários e fornecedores. Ia fazer muita falta”, disse o comerciante.
Para os garis, o gesto não poderia ter sido diferente. “Quando eu vi a primeira nota dentro da sacola, já peguei pra guardar. A gente passa por aquela região três vezes por semana, então pensamos em perguntar [de quem era] quando voltássemos na terça-feira. O dinheiro não era nosso, então não tinha porquê guardar pra gente. Temos que pensar no próximo”, disse Edson Rosa.
Gesto recompensado
Dois dias depois do ocorrido, o seu Alair conheceu os profissionais pessoalmente e presenteou cada um deles com um kit de gás de cozinha, como forma de agradecimento. Mas, de acordo com ele, nada se compara à gratidão que ele está sentindo pelos garis.
“Eles me fizeram ter esperança nas pessoas de novo. Ver que ainda tem gente de bem, que tá disposta a ajudar o outro, é lindo demais. Eles poderiam muito bem ter ficado com o dinheiro, ninguém ia saber. Por isso tô dando esse presente pra eles. Por menor que seja, é minha forma de agradecer e retribuir de alguma forma”, contou o comerciante.
E o profissional que encontrou o dinheiro lembra que, mesmo que o presente seja muito emocionante de receber, o que eles mais querem da população é respeito e colaboração.
“A gente precisa contar com as pessoas, ter essa colaboração. Sempre vou tentar ajudar, mas nem sempre consigo. Quero que saibam que a gente tá aqui, tentando, sempre, mesmo quando não conseguimos. Mas precisamos, no mínimo, de respeito”, pontou Edson.