A chegada do frio pode agravar o contágio do novo coronavírus?
A chegada do inverno costuma trazer preocupação para quem sofre de doenças do aparelho respiratório como asma, bronquite, rinite e sinusite , já que a diminuição da temperatura torna o corpo mais propício a crises. A baixa umidade do ar resulta em uma maior concentração de poluentes, favorecendo o aparecimento de doenças respiratórias.
Em 21 de junho, o inverno começa no hemisfério sul, estação de frio e seca. As temperaturas caíram nos últimos dias na Região Serrana do Rio e a tendência é que diminua ainda mais com a proximidade do inverno. O Brasil ainda enfrenta uma severa batalha contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2) e, agora, as novas cepas do vírus ainda mais transmissíveis. E a pergunta que não quer calar é: o frio piora a transmissão da Covid-19?
Segundo estudos de uma das maiores imunologistas do mundo, a professora Akiko Iwasaki, da Universidade de Yale (EUA), a temperatura e a umidade estão diretamente relacionadas com a viabilidade (capacidade reprodutiva) e a eficiência (transmissão) dos vírus respiratórios da família do coronavírus.
Ela e seus colaboradores descobriram que temperaturas mais baixas, como as registradas no outono e inverno, podem prejudicar a resistência inata das pessoas contra vírus como o Sars-CoV-2. Já a baixa umidade em ambientes fechados, também registrada durante essas estações, tem potencial de prejudicar a capacidade de animais combaterem infecções.
Outro fator também afetado pela baixa umidade do ar é a permeabilidade dos vírus através de mucosas ressecadas. “Além do impacto físico desses fatores (frio e baixa umidade) sobre os vírus, eles também afetam a capacidade de defesa do hospedeiro (as pessoas infectadas e suas respostas imunológicas). Continuamos pesquisando isso, agora, em relação ao Sars-CoV-2”, afirma a médica e pesquisadora da Universidade de Yale.
Nestes períodos do ano, a combinação de temperatura baixa com ar mais seco somada ao fato de que as pessoas ficam mais em ambientes fechados contribui para a proliferação dos vírus respiratórios, aumentando as chances de transmissão. A baixa umidade do ar resulta em uma maior concentração de poluentes, favorecendo o aparecimento de doenças respiratórias. Pacientes com quadros de asma, bronquite, rinite e sinusite devem redobrar os cuidados nesta época do ano, pois se tornam mais sensíveis à ação dos elementos alérgenos.
Prevenção é o melhor remédio
Independentemente do clima, a prevenção é o melhor caminho para minimizar os riscos de contágio, tanto do coronavírus quanto da gripe e de outras doenças respiratórias. No caso da Covid-19, as medidas de isolamento social tem se mostrado eficazes para reduzir a velocidade de contágio, evitando que as unidades de saúde fiquem sobrecarregadas.
Já em se tratando da gripe e de outros problemas respiratórios, valem as regras de manter o ambiente sempre limpo, evitar aglomerações e locais muito fechados, abrir as janelas para arejar a casa, beber bastante água e umidificar o ambiente sempre que possível são medidas que auxiliam a minimizar os riscos. Para todos os casos, lavar as mãos com água e sabão com maior frequência também é uma importante medida preventiva.
Ao perceber sintomas como febre, tosse, irritação nos olhos, coceira no nariz e na garganta ou espirros, redobre os cuidados e consulte um médico. Em tempos de Covid-19, os sintomas podem ser um indício de outras complicações de saúde. Utilize o aplicativo Medprev para marcar uma consulta com um especialista e tirar todas as suas dúvidas.