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Como descobrir se as cédulas e moedas que você tem em casa são valiosas

Como descobrir se as cédulas e moedas que você tem em casa são valiosas

Mesmo após 27 anos da adoção do real, muitas pessoas guardam em casa um punhado de cédulas e moedas dos antigos planos monetários do Brasil. O curioso é que, talvez por nostalgia ou por julgarem que no meio delas exista alguma moeda rara, poucas pessoas se desfazem dessas peças. A notícia ruim é que, em 99% dos casos, nenhuma dessas cédulas ou moedas tem algum valor. Mas tem aquele 1%… Como descobrir, então, se naquele velho cofrinho há algo valioso?

Não existe uma fórmula mágica para descobrir automaticamente se a sua moeda é rara ou não. O primeiro passo, portanto, é levantar informações sobre ela. O caminho mais fácil para isso é por catálogos de moedas.

Bruno Pellizzari, vice-presidente da Sociedade Numismática Brasileira, diz que o erro mais comum das pessoas é achar que moeda antiga é sinônimo de valor. “Uma moeda emitida há duas décadas pode valer mais do que uma do Império ou da Colônia. O que dita o preço de uma peça não é a idade e, sim, a quantidade de moedas feitas naquele ano específico e o estado de conservação.”

Acostumado a avaliar moedas antigas, Pellizzari diz que são raras as pessoas que encontram moedas valiosas no cofrinho de casa. “Eu já recebi moedas para avaliar que custavam alguns milhares de reais. Mas é muito difícil alguém surgir despretensiosamente com uma peça rara.”

Caso uma pessoa queira a opinião de um especialista, Bruno indica o site da Sociedade Numismática Brasileira, que tem uma lista de lojas especialistas no Brasil que podem fazer isso.

Moeda mais valiosa

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Segundo Pellizzari, a moeda brasileira mais valiosa é a Peça da Coroação, que é uma moeda de ouro de 6.500 réis feita em comemoração à coroação de D. Pedro 1º, em 1822. Acredita-se que foram cunhadas apenas 64 unidades. O imperador não teria gostado do resultado porque ele foi representado com o busto nu, como se fosse um imperador romano, quando ele queria ser representado em farda militar.

“Das 64 unidades, hoje são conhecidas apenas 16”, diz Pellizzari.

Ela foi a moeda brasileira mais cara já negociada em um leilão, vendida por cerca de US$ 500 mil nos Estados Unidos em 2014. No Brasil, algumas unidades estão em exposição pública no Museu de Valores, em Brasília, no Museu Numismático Herculano Pires (Itaú Cultural), em São Paulo, no Museu Histórico Nacional, no Rio de Janeiro, e no Centro Cultural Banco do Brasil, também no Rio.

O que define o valor de uma moeda

O colecionador de moedas Plínio Pierry, criador da startup Collectgram, criada para ajudar colecionadores a encontrarem informações sobre suas moedas, dá uma dica valiosa na hora de oferecer suas peças no mercado e explica a diferença entre “preço” e “valor”.

“Uma moeda da Revolução Farroupilha terá mais valor e, por consequência, um melhor preço, se oferecida para algum colecionador do Rio Grande do Sul. Com a história da moeda em mãos, você conseguirá extrair mais argumentos de valor e chegar a um melhor preço”, afirma.

Pierry, no entanto, pondera que a tiragem das moedas pode influenciar muito no valor final. “Toda moeda tem uma quantidade finita de emissões e, quanto menos moedas emitidas em um determinado ano, maiores as chances de ela valer alguma coisa. No Brasil, uma moeda já é considerada escassa se foram emitidas menos que 1 milhão de unidades.”

Ele destaca, ainda, que moedas com erros de cunhagem também podem valer muito. Um dos casos mais emblemáticos é a moeda de 50 centavos de real que saiu estampada apenas com o número 5. “O defeito pode valorizar uma moeda comum. Os defeitos podem ocorrer tanto no design da moeda quanto na sua produção por alguma falha mecânica ou humana.”

Algumas moedas valiosas

Veja abaixo algumas moedas valiosas que podem ser encontradas em circulação.

Moeda de R$ 1 de 1998 comemorativa aos 50 anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos

Valor médio entre colecionadores: de R$ 200 a R$ 330

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Moeda de R$ 1 de 2012 comemorativa à entrega da bandeira olímpica

Valor médio entre colecionadores: de R$ 90 a R$ 120, dependendo do estado de conservação

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Moeda de 50 centavos de 2012 sem o zero, proveniente de falha do processo de produção na Casa da Moeda

Valor médio entre colecionadores: de R$ 1.500 a R$ 1.800

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