Atafona é um distrito do município de São João da Barra, que fica ao Norte do Rio de Janeiro, quase divisa com o Espírito Santo.
É uma vila de pescadores com um pequeno porto, fundada nos anos cinquenta e que, hoje, leva uma vida apocalíptica. A cidade está sendo destruída pelo mar que, há cerca de 40 anos, vem avançando em direção de suas construções.
A Avenida Beira Mar – como era chamada a principal via da cidade – já foi engolida pelas águas e, junto com ela, durante essas últimas décadas, mais de 200 casas e lojas – cerca de 14 quarteirões – também sumiram.
A cada ano chega a vez de famílias diferentes enfrentarem o mesmo problema: desapropriação do imóvel. E quem clama é a natureza. Não há cobrador mais implacável. Apesar disso tudo há muitos moradores que insistem em não abandonar seus imóveis. Talvez por não terem para onde ir.
Alguns moradores dizem ser o fim do mundo, mas a ciência pode explicar. Segundo a geóloga Tainá Paiva Pereira, Atafona foi construída na foz do rio Paraíba do Sul, onde a água e os sedimentos trazidos pelo rio encontram o mar. Devido a diferença de energia entre eles, ocorre uma espécie de balanço entre os sedimentos que chegam à foz e aqueles que o mar e o vento conseguem retirar e transportar.
Erosão costeira
Atafona, em São João da Barra, vem sofrendo um processo de erosão costeira, que consiste na remoção dos sedimentos pelas ondas e transporte pelas correntes marinhas e vento.
A erosão pode ter causas naturais ou ser provocada pela ação humana. Quanto menos água tem um rio, menor sua capacidade de transporte de sedimentos e com a diminuição do material que chega a foz, maior será a taxa de destruição do litoral.
Assim, além das causas naturais como estiagens, a construção de barragens e a retirada de água do rio para abastecimento das cidades e de areia do canal para a construção civil, agravam o processo.
O mar avança cerca de 3 metros por ano sobre Atafona. Se você visitar o local a cada 6 meses verá uma paisagem diferente.
Fonte: Lugares Esquecidos