Hoje vamos falar de um visitante interessante, que é parente próximo do bem-te-vi, sendo uma cópia desse, mas com medidas reduzidas, com bico menor e o corpo mais franzino: o bentevizinho-de-penacho-vermelho. Ele possui a parte inferior amarela, a garganta branca, uma máscara negra na face e uma faixa branca superciliar indo do bico à nuca. Na cabeça, apresenta um penacho vermelho, o que lhe garante o nome, mas que pouco levanta.
O Bentevizinho-de-penacho-vermelho costuma viver aos pares ou pequenos grupos, que costumam vocalizar muito, com um “piado” agudo, que pode ser ouvido abaixo. Seu ambiente preferido são matas e capoeiras próximas a cursos d’águas, não se adaptando a áreas urbanas poucos arborizadas. Mais uma vez evidenciamos a importância da arborização nas cidades. Como moro em um bairro altamente arborizado, posso constatar essa importância pois me deparo com a presença dessa espécie, bem como de outras. De início achei estranho a sua ocorrência nessa área pois não há nenhum curso d’água próximo, mas acredito que a espécie tenha vindo para ficar, talvez pela arborização e alimentação fartas.
Como é comum em sua família, é uma espécie territorialista como seus parentes bem-te-vis. Porém convivem bem com outras espécies aparentadas, como suiriri (Tyrannus melancholicus) e nei-nei (Megarynchus pitanguá), como pude notar nos arredores da minha casa. Além disso, também observei que eles se misturam a bandos de sabiás, saíras e sanhaçus, convivendo no mesmo espaço.
A sua alimentação consiste em insetos e pequenos frutos. Pode construir ninhos próximos a colmeias ou formigueiros para garantir certa proteção extra ao ninho. Coloca de dois a três ovos brancos com algumas pintas marrons.
Como já foi falado, e vale ressaltar, um local bem arborizado, mesmo que urbano pode atrair várias espécies de aves que, como e essa, não se adaptam bem a locais urbanos com pouca vegetação. Isto prova que podemos viver em harmonia com a natureza e ganhar vários vizinhos incríveis, que cantam o dia todo para nós.