Protetora dos animais de Friburgo morre aos 67 anos vítima de câncer
A protetora Valéria Lima, de 67 anos, faleceu na manhã deste sábado, 13/06, após uma longa batalha contra o câncer. O anúncio foi feito pela página do facebook da protetora, S.O.S Valéria Lima. Na postagem, uma singela homenagem à Valéria Lima que dedicou sua vida para cuidar de diversos animais abandonados.
“Sabemos que cada um tem seu destino, mas pedimos a você, seja a crença que tiver, que emane vibrações positivas para que ela esteja melhor agora! E com uma foto assim, abraçada a seus filhos que tanto amou e as amava que vamos lembrar dela…O sofrimento de uma doença como o câncer, a luta diária não deve ser fácil, mas ao menos podemos dizer que tudo que podia ser feito nessas últimas semanas foi feito. E agora, mais do que nunca temos que unir forças e não deixar os cães e gatos que Valéria tanto amou e cuidou desamparados”, dizia a postagem.
Por meio de uma nota, o prefeito Renato Bravo também manifestou o pesar pelo falecimento da protetora. “A Prefeitura Municipal de Nova Friburgo e a Subsecretaria de Bem Estar Animal – Subea manifestam pesar e consternação pelo falecimento da cuidadora Valéria Lima, titular do abrigo de animais que leva o seu nome, neste sábado, 13 de junho, em decorrência de enfermidade. Aos familiares, amigos e colegas de Valéria Lima, prestamos nossas condolências.”
O caso da cuidadora, que se responsabilizou sozinha por centenas de cães e gatos em um sítio praticamente em ruínas no distrito de Amparo, tem comovido muitos friburguenses. Sem ter a quem confiar os animais, ela deixou de fazer a cirurgia que tanto precisava. Segundo amigos, há cerca de dez dias Valéria já não conseguia mais se levantar nem andar. Ela se encontrava hospitalizada, em estado gravíssimo.
Coube, então, a uma rede de voluntários ligados a entidades de defesa dos animais em Friburgo a missão de articular uma campanha sem precedentes na cidade, ao longo da última semana, em busca de qualquer tipo de ajuda – adoção responsável, ração, medicamentos, serviços veterinários – para cerca de 60 cães e 40 gatos remanescentes. Muitos deles são idosos e estão doentes, mas todos estão sendo cuidados graças a esta rede de solidariedade.
A Subsecretaria do Bem-estar Animal (Subbea) está fazendo a triagem dos animais para adoção, segundo os voluntários. “Trata-se de uma questão humanitária. Valéria praticamente deu a vida por esses animais”, diz a amiga Emilene Imbroise.
Nos últimos anos, ninhadas inteiras eram deixadas junto ao velho portão de madeira do sítio, onde Valéria mora desde 2011, quando perdeu sua casa na tragédia. Na casa em Córrego D’Antas levada pela enxurrada, morreram 26 cães. Os seis sobreviventes mudaram-se com ela para o sítio, um canil abandonado no fim de uma estrada de terra íngreme e esburacada, numa localidade chamada Morro das Contas, entre o Alto do Catete e o Parque das Flores. Ex-auxiliar de enfermagem e ex-instrumentadora cirúrgica, Valéria só conseguiu desembaraçar sua aposentadoria no último ano. Até então, vivia da ajuda de amigos.
Como ajudar:
Janaina: (22) 99943-1912
Luane: (22) 99876-4656
A campanha tem conta no Instagram e página no Facebook. Os gatos estão sendo doados pela Confraria Miados e Latidos.
A VOZ DA SERRA
