Alma-de-gato, uma ave curiosa registrada em Cordeiro
Na coluna desta semana temos esse curioso pássaro, que tem seus hábitos comparados ao de um esquilo pelo modo como pula entre os ramos de folhagem. Vamos falar da travessa ave alma-de-gato (Piaya cayana).
Bonita e grandiosa, dizem ter um olhar ‘sanguinário’, devido ao anel periorbital em vermelho bem chamativo, assim como sua íris. Sua cauda longa (volta e meia é chamada de rabilonga) é sua principal característica, ainda mais a interna, que possui manchas brancas. Esta é aberta quando a ave voa, fazendo a cauda dobrar de tamanho, ajudando a ave planar com facilidade. Sua barriga é cinza e o dorso marrom avermelhado.
Sua alimentação é constituída basicamente por insetos. É interessante observar que ela se alimenta até as lagartas com espinhos e, aparentemente, venenosas. Come também frutinhas e ovos de outras aves, o que é motivo para pássaros como suiriri e outros com ninho no local, o afugentem. Apesar de parecer, não é uma predadora voraz.
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Ave que aparece nos versos da canção “Alma de Gato” de Tavinho Moura:
“[…] Trinca ferro, alma de gato
Saci da mata tempera a viola
Os seres vivos que há
O homem não tem razão
Da própria vida matar
Ei andar, andar, andei […]”
Sua distribuição é por todo o Brasil, e com grande ocorrência na América Latina. Pode ser observado facilmente em bordas de floresta, bosques e matas, além de quintais maiores com presença de árvores. Os registros neste artigo foram feitos no município de Cordeiro, na Região Serrana do Rio de Janeiro.
Umas curiosidades a cerca desta ave é que, segundo uma lenda amazônica, a alma-de-gato (Piaya cayana) possui um canto fatídico: quando canta à porta da casa de alguém, este está com os dias contados. E outra, é que houve um estudo científico que analisou o conteúdo de seu estômago, concluindo que 50% do conteúdo ingerido era de lagartas que são pragas para nossas lavouras e cultivos. O que comprova sua importância como controle biológico, o que é muito útil aos agricultores.
No interior fluminense esta espécie é muito comum e facilmente avistada. Muitas vezes é possível observá-la em casal. Costuma ser vista também próxima às construções humanas e em parques com movimento de gente. Mas apesar do tamanho, é uma ave discreta e se não olhar, e procurar, não vai notá-la. É uma das aves que rende fotos ótimas, principalmente, quando abre a cauda.
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Classificação Científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Cuculiformes
Família: Cuculidae
Subfamília: Cuculinae
Espécie: P. cayana
Nome Científico: Piayacayana
Nome em Inglês: SquirrelCuckoo
Estado de Conservação: pouco preocupante