A triste e comovente espera de Pelezinho, o cão de Daniela Mousinho
Não bastasse o choque com a morte violenta de Daniela Mousinho, vítima de feminicídio juntamente com sua amiga Alessandra Vaz, no último dia 7/10, outra cena vem comovendo os moradores de São Pedro: Pelezinho, o cão de Daniela, continua esperando sua dona voltar para a loja onde ela trabalhava, no centro da vila.
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Ele praticamente já foi adotado por amigos de Daniela, que colocam ração, água e cobertor junto à porta da loja, mas não consegue entender que sua mãe não vai mais voltar. Pelezinho visita casas de amigos dela, à sua procura, mas acha que é na loja que Daniela vai reaparecer.
A cena lembra o tema central do filme “Sempre ao seu lado”, protagonizado por Richard Gere. O longa é uma adaptação de uma história real, que aconteceu no Japão no início do século. Hachiko é o nome de um cachorro da raça akita que ficou famoso em todo o país depois que apareceu em reportagens de jornais que contavam sua história de lealdade ao seu dono, um professor da Universidade de Tóquio. Todos os dias Hachiko acompanhava seu amigo até a estação de trem e estava lá quando ele voltava para casa, mesmo depois que ele morreu. A espera durou nove anos e uma estátua do cachorro foi erguida em Shibuya, onde ele ficava em vigília.
Pesquisas científicas explicam esse fenômeno, chamado de “convergência evolutiva de espécies”: domesticados há 11 mil anos atrás, os cães evoluíram ao lado do homem, visto por ele como parte de sua matilha. Como a percepção de tempo dos cães é diferente da humana, estando mais ligada aos ciclos de luminosidade do que a períodos como dias, meses ou anos , ele pode passar muito tempo aguardando por seus donos.
Matéria: A Voz da Serra